terça-feira, 16 de setembro de 2014

GUARDANDO CHUVAS

porque ainda não estou morto
não significa que devo participar de tudo
a tarde está carregada de entulhos
por toda parte
e nem por isso torna-se noite
a morte chove aos tubos
como a arte
e também por toda parte
e poucas pessoas enxugam
debalde o tempo se debate
nas teias de aranha do guarda-chuva
como se fosse a espuma
de uma onda numa praia


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